domingo, 16 de janeiro de 2011

Maria não teve outro filho além de Jesus


A Bíblia cita como irmãos de Jesus, Tiago, José, Simão e Judas. “Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não vivem entre nós?” (cf. Mt 13, 55-56 e Mc 6,3).

Vamos agora considerar os quatro “irmãos” citados: Tiago, José, Simão e Judas.

Judas que escreveu a Epístola de Judas, diz que é irmão de Tiago (cf. Jd 1,1). Judas também é chamado de Tadeu (cf. Mt 10,3 e em Mc 3,18). Isso foi feito para distingüí-lo de Judas Iscariotes. Lucas também distingue os dois personagens com nome Judas ao dizer: “E Judas, o irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor” (cf. Lc 6,16).

Durante a crucificação estavam: E também estavam ali algumas mulheres, olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago o menor e de José, e Salomé”. (cf. Mc 15,40).

Essa Maria, mãe de Tiago e de José e consequentemente também de Judas Tadeu (cf. Jd 1,1), citados como irmãos de Jesus, não era Maria mãe de Jesus, pois: “Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe (Maria mãe de Jesus), a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleofas e Maria Madalena” (cf. Jo 19,25).
Maria mulher de Cleofas era a mãe de TIAGO, o filho de Alfeu, (cf. Mt 10,2-3) “Lebbaeus”, cujo apelido era Tadeu”. Alfeu é uma tradução alternativa de Cleofas ou Clopas, tratando-se, assim, da mesma pessoa.
Maria de Cleofas, era esposa de Cleofas (Aufeu), mãe de Tiago Menor, José e Judas.
Isso claramente mostra que Maria, a mãe de Jesus, NÃO ERA a mãe de Tiago, José e Judas apresentados em Mt 13,55-56 e Mc 6,3.
SIMÃO é o cananita, citado em Mc 3,18, também chamado de zelota (cf. Mt 10,4, Lc 6,15 e At 1,13). E a Sagrada Escritura não fala que em algum tempo a família de Jesus tenha habitado em algum lugar fora o Egito, Belém ou Nazaré. 

Compare ainda: São passagens correspondentes, analogas.
(cf.Mt 27,56): “Entre elas estavam Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago.”
(cf.Mt 20,20): “Tiago (o menor), e José e a mãe dos filhos de Zebedeu
Mc 15,40: “…entre as quais estavam Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago (o menor) e Salomé, portanto mãe dos filhos de Zebedeu”.
Uma comparação entre Mt 27,56 e Mc 15,40, claramente mostra que Zebedeu tinha uma esposa que se chamava Salomé. Ela é chamada de “mãe dos filhos de Zebedeu” em Mt 27,56 e Salomé em Mc 15,40. Eles tiveram dois filhos, João e Tiago, conforme Mc 3,17.

O JOÃO que está aos pés da cruz e a quem Jesus confia sua mãe, não era filho de Maria, mãe de Jesus, mas do casal Zebedeu e Salomé.

Então:
Zebedeu e Salomé: geraram Tiago (o maior) e João.
Cleofas (Alfeu) e Maria: geraram Tiago (o menor), José e Judas.
O Espírito Santo e Maria: geraram Jesus, o Cristo.

Outro ponto, importantissímo. Na tradição judaica, quando a mãe fosse viúva e o filho mais velho morresse, o seguinte em idade (o mais velho) devia assumir a mãe.
Porque então, Jesus entregou a sua mãe Maria ao apostolo João, que não era seu irmão de sangue, se houvesse um irmão consanguineo? O livro do Eclesiástico (Eclo 3, 16) cita: “Como é infame, quem desampara seu pai, e é amaldiçoado por Deus, quem exaspera sua mãe!”. Versículos assim da Palavra de Deus, motivavam que os filhos assumissem seus pais na velhice. Caso Maria tivesse algum outro filho, seria uma honra e também uma obrigação para este.

Deus abençoe!

o que é o Exorcismo?


O exorcismo é uma forma de sacramental. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, sacramentais são sinais sagrados instituídos pelos quais, à imitação dos sacramentos, são realizados significados efeitos principalmente espirituais, obtidos pela impetração da Igreja.

Pelos sacramentais os homens se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos e são santificadas as diversas circunstâncias da vida. Os sacramentais não conferem a graça em si, à maneira dos sacramentos, mas são caminhos que conduzem a ela, ajudando a santificar as diferentes circunstâncias da vida. Eles despertam nos cristãos sentimentos de amor e de fé.

Dessa forma, o exorcismo é usado em caso de possessão diabólica e conferido por uma autoridade constituída pela Igreja, quando esta exige, publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto seja protegido contra a influência do maligno e subtraído a seu domínio.

O Catecismo, no número 1673, nos diz: "Quando a Igreja pede publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou um objeto seja protegido contra as armadilhas do maligno e subtraída de seu domínio, fala-se de exorcismo. Jesus o praticou (Mc 1,25 ss), Ele tem o poder e o ofício de exorcizar". Jesus praticou o exorcismo. É D'Ele que a Igreja recebeu o poder e o encargo de exorcizar. Sob uma forma simples, o exorcismo é praticado durante a celebração do Batismo. A solenidade do exorcismo, chamado "grande exorcismo", só pode ser praticado por um sacerdote, exorcista, que, formal ou informalmente, o bispo nomeia, levando em conta a sua formação científica e religiosa, a sua piedade e o seu comportamento moral. É preciso que um exorcista seja um homem de adoração, comprovado na moral e que tenha conhecimento da ciência religiosa.

O exorcismo visa expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isto pela autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja. Bem diferente é o caso de doenças, sobretudo psíquicas, cujo tratamento depende da ciência médica. É importante, pois, verificar, antes de celebrar o exorcismo, se o caso trata-se de uma presença do maligno ou de uma doença. Por isso, torna-se necessário proceder com prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja.

A sessão de exorcismo tem várias etapas, que se vão cumprindo de acordo com o tipo de demônio, o passado da pessoa e suas relações anteriores. Primeiro é preciso fazer uma oração pela árvore genealógica da pessoa que está sendo atendida, para que, com a ajuda de Deus e dos anjos, possa-se regressar ao passado dela e com a oração ir destruindo, gradualmente, os males existentes nos antepassados, curando-os até chegar ao presente. Depois, começa o verdadeiro exorcismo, e este não se faz num dia ou numa hora. São várias as etapas que a pessoa terá de voltar porque são situações que vão sendo quebradas com orações muito fortes.

As pessoas que vão intervir neste exorcismo, nessa sessão de cura e libertação, devem ter feito uma boa confissão, devem ser pessoas de fé e oração, para que, no momento exato em que Deus terminar, a pessoa fique completamente liberta. Se em volta da pessoa por quem se reza estiver uma, duas, ou três pessoas em pecado mortal, a libertação e a cura tornam-se difíceis, adiadas, porque estas estão sob domínio do maligno, e isso contribui e dá mais forças ao demônio que tem de ser expulso daquela pessoa. Daí a necessidade de não se ajuntar muita gente ao redor da pessoa por quem se está rezando e se ter a certeza de que todos, que estão ao redor, estão em estado de graça, em condições para ajudar, para que a libertação aconteça o mais rápido possível.

Sacramento do Batismo

O Sacramento do Batismo
O Batismo é o nascimento. Como a criança que nasce depende dos pais para viver, também nós dependemos da vida que Deus nos oferece. No Batismo, a Igreja reunida celebra essa experiência de sermos dependentes, filhos de Deus. Pelo Batismo, participamos da vida de Cristo. Jesus Cristo é o grande sinal de que Deus cuida de nós.
O santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, a porta da vida no Espírito e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão: "Baptismus est sacramentum regenerationis per aquam in verbo - O Batismo é o sacramento da regeneração pela água na Palavra".
Quando recebemos o Sacramento do Batismo, transformamo-nos de criaturas para Filhos Amados de Deus. Muitos pensam que os sacramentos em geral são obras eclesiásticas, ou seja, os sacramentos são "invenções" da Igreja. Isso não é verdade, os sacramentos são sem sombra de dúvidas criadas por Jesus Cristo, o próprio Deus Encarnado.
O profeta João Batista, primo de Jesus, que veio ao mundo para preparar os caminhos para a vinda do Messias, foi quem batizava as pessoas para a vinda de Cristo (Mc 1, 2s). Ele sabia que o seu Batismo era temporário, pois logo depois dele viria o seu primo Jesus que batizaria no Espírito Santo, ou seja, o profeta batizava com água e Jesus batizava com o Espírito Santo. A Bíblia sugere o batismo de todos, o que inclui as crianças.
Atos 2, 38-39: "Disse-lhes Pedro: 'Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo. A promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos que estão longe - a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar'." E também outras passagens. (ver Atos 16, 15; Atos 16, 33; Atos 18, 8; 1Coríntios 1, 16)

Quando o batismo é válido?

O batismo é ordinariamente válido quando o ministro (bispo, presbítero, diácono) - ou, em caso de necessidade qualquer pessoa (batizada) - derrama água sobre batizando, enquanto diz: "N..., eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Isso supõe a fé em Jesus Cristo, pois sem a fé o batismo não passa de uma encenação.
Mas não só o batismo na Igreja Católica é válido. O batismo de crianças ou de adultos realizados em algumas outras também o é. Batizam validamente: as Igrejas Orientais; a Igreja Vetero-Católica; a Igreja Episcopal (Anglicana) do Brasil; a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB); a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB); e a Igreja Metodista.
O batismo em outras Igrejas é válido se realizado com águas e na mesma fé, utilizando a fórmula trinitária. Por razões teológicas, ou pelo sentido que dão ao sacramento, a Igreja Católica tem reservas quanto à validade do batismo realizado em algumas Igrejas e considera inválido o batismo de certas expressões religiosas.
Jesus disse aos discípulos: "Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês" (Mt 28, 19-20). O Cristo Ressuscitado envia sua Igreja ao mundo, pois a salvação é oferecida a todos.
Para ser salvo, é preciso Ter fé em Jesus e segui-lo, mas ninguém segue Jesus sozinho. Pelo batismo passamos a fazer parte da comunidade dos seguidores de Jesus, participantes da vida de Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo.
O batismo é um Dom de Deus para nós. Dom que nos torna filhos amados, e não apenas simples criaturas. Ele nos mostra que fomos feitos para a comunhão com aquele que é o Senhor de tudo e com o nossos irmãos, incluindo aquelas que acreditam em Jesus Cristo, mas não são católicos como nós.
O Batismo é o sacramento da comunhão de todos no Cristo. É isso que nos diz São Paulo: "Pois todos vocês, que foram batizados em Cristo, se revestiram de Cristo. Não há mais diferenças entre judeu e grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos vocês são um só em Jesus Cristo" (Gl 3, 27-28)

Para que existe o Batismo?

Adão e Eva pecaram gravemente, desobedecendo a Deus, querendo ser iguais a Deus. Foram, por isso, expulsos do Paraíso. Passaram a sofrer e a morrer. Deus castigou-os e transmitiu a todos os filhos de Adão, ou seja, a todos os homens, o pecado original. Mas Deus prometeu a Adão e Eva que enviaria seu próprio Filho, segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que seria igualmente homem, para morrer na Cruz e pagar assim o pecado de Adão e Eva e todos os outros pecados.
Mas não basta que Jesus tenha morrido na Cruz. É preciso ainda que essa morte de Jesus seja aplicada sobre as almas para que elas reencontrem a amizade de Deus, ou seja, se tornem filhos de Deus e tenham apagado o pecado original. Foi então para aplicar seu Sangue derramado na Cruz sobre nossas almas que Jesus instituiu o Sacramento do Batismo.

Quando foi que Jesus instituiu o Batismo?

Jesus instituiu o Batismo logo no início da sua pregação, quando entrou no rio Jordão para ser batizado por São João Batista. O Batismo de João não era um Sacramento. Só quando Jesus santifica as águas do Jordão com sua presença e que a voz do Pai se faz ouvir: "Este é meu Filho bem amado, em quem pus minhas complacências", e que o Espírito Santo aparece sob a forma de uma pomba (foi então uma visão da Santíssima Trindade), é que fica instituído o Batismo.
Essa instituição será confirmada por Jesus quando Ele diz a seus Apóstolos: "Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo." Leia na Bíblia, no Evangelho de São Mateus, o Capítulo 3, Versículo 13.

Matéria e Forma

Jesus instituiu, então, o Batismo e determinou que seria usada a água como matéria desse Sacramento. Foi também Jesus quem determinou a forma: "Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém." O rito da Batismo consiste assim em derramar água na cabeça da pessoa que vai ser batizada, ao mesmo tempo em que se diz a forma. Mas só isso não basta. É preciso ainda que o ministro tenha a intenção de fazer o que faz a Igreja Católica no Sacramento do Batismo.
A Santa Igreja acrescentou também diversas orações preparatórias que completam a cerimônia. Quem já assistiu a um Batismo sabe que o Padre usa o sal bento, o óleo dos catecúmenos, o Santo Crisma, entrega a vela acesa aos padrinhos, veste a roupa branca no batizado e, principalmente, reza as orações contra o demônio, para que o pai da mentira nem se aproxime do batizado. Esse é o batismo Católico, o único instituído por Jesus, o único capaz de nos tornar filhos de Deus.

O Ministro do Batismo

Normalmente, o ministro do Batismo é um Padre. É ele quem recebeu de Deus o poder de trazer a Fé ao coração da pessoa batizada, tornando-a filha de Deus. Mas pode acontecer que seja preciso batizar às pressas alguém. Se não houver um Padre por perto, qualquer pessoa pode batizar, desde que queira fazer o que a Igreja Católica faz no Batismo, que use água e diga as palavras da forma do Batismo.
Além da pessoa que está sendo batizada, do ministro que batiza, há também, na cerimônia do Batismo, os padrinhos, que seguram a criança. Normalmente escolhe-se para padrinhos um homem e uma mulher. Eles devem ser bons católicos, pois a função dos padrinhos é dar o exemplo, ajudar aos afilhados a aprender o Catecismo, a rezar, a conhecer e amar a Deus. São os padrinhos que respondem no nosso lugar as perguntas que o ministro faz durante a cerimônia.

Os efeitos do Batismo

O Batismo nos dá, pela primeira vez, a graça santificante, que é a amizade e a presença de Deus no nosso coração. Junto com a graça recebemos o dom da Fé, da Esperança e da Caridade, assim como todas as demais virtudes, que devemos procurar proteger no nosso coração. Apaga o pecado original. Apaga os pecados atuais e todas as penas ligadas aos pecados. Imprime na nossa alma o caráter de cristão, fazendo de nós, filhos de Deus, membros da Santa Igreja Católica e herdeiros do Paraíso. Nos torna capazes de receber os outros Sacramentos.
Por isso tudo, vemos que o Batismo é absolutamente necessário para a salvação. Só entra no Céu quem for batizado. Mas para as crianças que morrem ser terem sido batizadas e não têm culpa, a Igreja as confia à misericórdia de Deus e na sua promessa de que queria que todos se salvassem (1Tim 2, 4) principalmente quando chama para si as crianças, que são praticamente os únicos seres puros de coração (Mc 10, 14). Isso é chamado Limbo. (ver CIC 1261).

Maria a Mãe da Igreja

Maria Mãe da Igreja
 
 
A Igreja sempre venerou Maria como sua mãe. Mesmo porque há uma razão lógica: ela é a Mãe de Jesus, cabeça da Igreja e a Igreja é o corpo místico de Cristo, princípio e primogênito de todas as criaturas celestes e terrestres (Ef 1,18). Por isso mesmo, Maria é a mãe de todos os que nasceram pelo Cristo, tornaram-se irmão de Cristo e em Cristo, e são herdeiros de sua graça, sua vida e sua glória.
Foi, porém, em pleno Concílio Ecumênico Vaticano II, no dia 21 de novembro de 1964, que o Papa Paulo VI deu solenemente a Maria o título de "Mãe da Igreja". Os Bispos do mundo inteiro acabavam de assinar a Constituição Dogmática Lumen Gentium, sobre a Igreja, e o Papa acabara de promulgar, em sessão pública, o novo documento, que implantaria os rumos futuros da eclesiologia e da prática pastoral. Diferentemente do que se pensara na fase preparatória do Concílio, os Padres Conciliares não fizeram um documento especial sobre o papel de Maria na história da salvação, mas inseriram a doutrina mariana, a pessoa de Maria e sua função como co-redentora, no próprio documento sobre a Igreja, ressaltando a Mãe de Jesus como membro, tipo e modelo da Igreja.

Maria é vista conexa ao mistério trinitário, em sua dimensão cristológica, pneumatológica (Espírito Santo) e eclesiológica. Logo no início do capítulo VIII da Lumen Gentium, intitulado "A Bem-Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja", marca-se toda a linha de doutrina: "A Virgem Maria, que na Anunciação do Anjo recebeu o Verbo de Deus no coração e no corpo e trouxe ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime e unida a ele por um vínculo estreito e indissolúvel, é dotada com a missão sublime e a dignidade de ser a Mãe do Filho de Deus, e por isso filha predileta do Pai e sacrário do Espírito Santo. Por esse dom de graça exímia supera de muito todas as outras criaturas celestes e terrestres. Mas, ao mesmo tempo, está unida, na estirpe de Adão, com todos os homens a serem salvos. Mais ainda: é verdadeiramente a mãe dos membros (de Cristo), porque cooperou pela caridade para que, na Igreja, nascessem os fiéis que são membros desta Cabeça. Por causa disso, é saudada também como membro supereminente e de todo singular da Igreja, como seu tipo e modelo excelente na fé e caridade. E a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo, honra-a com afeto de piedade filial como mãe amantíssima" (n. 53). Este parágrafo contém os pontos desenvolvidos nessa parte do documento.

Reconheceu o Papa Paulo VI naquele discurso de encerramento da terceira sessão do Concílio que era a primeira vez que um Concílio Ecumênico apresentava síntese tão vasta da doutrina católica acerca do lugar que Maria Santíssima ocupa no mistério de Cristo e da Igreja. E, emocionado, afirmou que queria consagrar à Virgem Mãe um título que sintetizasse o lugar privilegiado de Maria na Igreja. E declarou: "Para a glória da Virgem e para o nosso conforto, proclamamos Maria Santíssima Mãe da Igreja, isto é, de todo o povo de Deus, tanto dos fiéis quanto dos pastores, que a chamam de Mãe amorosíssima. E queremos que, com este título suavíssimo, seja a Virgem doravante ainda mais honrada e invocada por todo o povo cristão". Alguns anos mais tarde, no dia 15 de março de 1980, o título foi acrescentado à Ladainha lauretana, logo depois da invocação "Mãe de Jesus Cristo".

No mesmo solene discurso, Paulo VI lembrou que o título não era novo para a piedade dos cristãos, porque desde os primórdios do Cristianismo Maria foi amada como mãe e o povo sempre recorreu a ela como um filho recorre à mãe. E argumentou: "Efetivamente, assim como a maternidade divina é o fundamento da especial relação de Maria com Cristo e da sua presença na economia da salvação, operada por Cristo Jesus, assim também constitui essa maternidade o fundamento principal das relações de Maria com a Igreja, sendo ela Mãe daquele que, desde o primeiro instante de sua encarnação, uniu a si, como cabeça, o seu corpo místico, que é a Igreja".

Cito mais um trecho do discurso do Papa em que fala de Maria, imaculada, sim, mas ligada a nós pecadores por laços estreitíssimos: "Embora na riqueza das admiráveis prerrogativas, com que Deus a ornou para fazê-la digna Mãe do Verbo Encarnado, está ela pertíssimo de nós. Filha de Adão como nós e por isso nossa irmã por laços de natureza, ela é a criatura preservada do pecado original em vista dos méritos do Salvador; aos privilégios obtidos, junta a virtude pessoal de uma fé total e exemplar... Nela, toda a Igreja, na sua incomparável variedade de vida e de obras, acha a forma mais autêntica da perfeita imitação de Cristo".

Ninguém, que chega à Praça São Pedro, em Roma, deixa de se impressionar com a imensa colunata de Bernini, construída em mármore e pedra, como um grande, afetuoso e festivo abraço de acolhimento aos peregrinos. Por cima da colunata, 140 estátuas de tamanho natural, de santos e santas nascidos nas mais diferentes camadas sociais, representam visivelmente a comunhão dos santos, que não é coisa do passado ou apenas do céu, mas a família viva que se une aos cristãos que entram na Basílica. Ora, Nossa Senhora não figura entre os santos da colunata.

O Papa João Paulo II, em 1981, mandou colocar na parte externa e alta da Secretaria de Estado, que olha para a Praça de São Pedro, a imagem de Maria Mãe da Igreja. Todos a vêem de qualquer ponto da Praça. Trata-se de uma cópia feita em mosaico da conhecida como Nossa Senhora da Coluna. Assim chamada, porque seu original estava pintado numa coluna de mármore da primitiva basílica de São Pedro. Quando essa foi destruída, em 1607, para dar lugar à grande Basílica como a temos hoje, a parte da coluna com a imagem foi posta, na nova igreja, sobre o altar que abriga as relíquias de três papas, os três com o nome de Leão (II, III e IV), onde está até hoje. Dessa pintura, de autor anônimo, foi feito o mosaico que agora domina discretamente a Praça. Vestida de azul celeste, Maria tem nos braços, em gesto de oferecimento ao povo, o Menino que, sorridente, abençoa com a mão direita, à moda grega. Ambos, Mãe e Filho, olham para longe, como que contemplando a Praça, a Cidade e o mundo, derramando sobre todos um olhar de inefável bondade, trazendo à memória a parte final da Lumen Gentium, onde Maria é considerada sinal de segura esperança e de conforto ao povo de Deus em peregrinação (n. 68).
Sob a imagem, em grandes letras de bronze, legíveis da Praça, está escrito: "Mater Ecclesiæ" (Mãe da Igreja).

Paulo VI, que dera a Maria o título oficial de "Mãe da Igreja", desenvolveu o tema na Exortação Apostólica sobre o Culto à Virgem Maria, um dos documentos mais bonitos de seu pontificado. O Papa apresenta, através das festas marianas do calendário litúrgico, Maria como modelo da Igreja, e pede que suas considerações de ordem bíblica, litúrgica, ecumênica e antropológica sejam levadas em conta na orientação da piedade popular e na elaboração das novas orações marianas (n. 29). O Papa fala de Maria como modelo de quem sabe ouvir e acolher a Palavra de Deus com fé. Esta é uma missão específica da Igreja: escutar, acolher, proclamar, venerar e distribuir a Palavra de Deus como pão de vida (n. 17). Fala de Maria como modelo de pessoa orante e intercessora. Ora, a Igreja todos os dias apresenta ao Pai as necessidades de seus filhos, louva sem cessar o Senhor e intercede pela salvação do mundo (n. 18). Fala de Maria Virgem e Mãe, modelo da fecundidade da virgem-Igreja, que se torna mãe, porque, pelo batismo, gera os filhos concebidos pela ação do Espírito Santo (n. 19). Fala de Maria, que oferece ao Pai o Verbo encarnado, sobretudo aos pés da Cruz, onde ela se associou como mãe ao sacrifício redentor do filho. Diariamente a Igreja oferece o sacrifício eucarístico, memorial da morte e ressurreição de Jesus (n. 20).

Quando falamos de Maria como modelo, há o perigo de vê-la longínqua, ou ao menos fora de nós, como vemos os nossos heróis. Na verdade, Maria é parte essencial da Igreja. Podemos dizer que a Igreja está dentro de Maria e Maria está dentro da Igreja. Essa verdade foi acentuada, sobretudo, pelo Papa João Paulo II na encíclica Redemptoris Mater, que leva o sugestivo título: A Bem-aventurada Virgem Maria na vida da Igreja que está a caminho: "Existe uma correspondência singular entre o momento da Encarnação do Verbo e o momento do nascimento da Igreja. E a pessoa que une esses dois momentos é Maria: Maria em Nazaré e Maria no Cenáculo de Jerusalém" (n. 24). Depois de acentuar Maria no centro da vida da Igreja, conclui o Papa: "A Virgem Maria está constantemente presente na caminhada de fé do Povo de Deus" (n. 35). "A Igreja mantém em toda a sua vida, uma ligação com a Mãe de Deus que abraça, no mistério salvífico, o passado, o presente e o futuro; e venera-a como Mãe da humanidade" (n. 47).

Por Frei Clarêncio Neotti, O.F.M

Castidade

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Castidade: única alternativa


Há algum tempo fiquei sabendo que no final da década de 70 um grupo de jovens já ouvia as minhas palestras em fita cassete. Seguiam de perto a Renovação Carismática e formaram um grupo de oração.

Muitos eram namorados e noivos. Contaram-me que tiveram antes uma vida errada. Muitos deles foram "fundo" em muitas coisas, inclusive na sexualidade. Viviam como se fossem marido e mulher, embora fossem apenas namorados ou noivos. Depois que encontraram o Senhor e conscientizaram-se por meio daquelas palestras, eles conversaram entre si e se propuseram, todos juntos, a fazer um voto de castidade: perceberam que era a única maneira de se manterem puros e santos.

Fizeram o voto em conjunto para que todos recordassem uns aos outros que tinham feito aquele compromisso e para que pudessem se ajudar, porque sabiam: a luta seria exigente. Encontraram um sacerdote que os compreendeu e acompanhou. Foram anos de luta: algumas quedas, mas muitas e grandes vitórias. Hoje são todos casados e com filhos. O voto de castidade vivido em conjunto foi o segredo da vitória.

Eu estou propondo a você a mesma coisa. Sei que a castidade não é tudo; sei que o pior pecado não é contra a castidade: é o pecado contra o amor. Mas, sem dúvida alguma, é esse o ponto fraco por onde o inimigo mais nos atinge. Ele entra pela parte mais frágil.

Estou lhe propondo: assim como aquele grupo assumiu um voto de castidade em conjunto, faça o mesmo. Decida-se: não vou mais pecar. Não me deixo dominar pela sexualidade. Chega! Basta! Ponto final! Assumo com o Senhor este compromisso: vou viver a castidade.


Assuma agora:
Senhor, já pequei demais. Agora basta. Não quero mais pecar. Assumo diante de Ti um compromisso de castidade. Quero ser fiel. Se eu errar, irei correndo me confessar. Não quero viver nem uma hora em pecado.
Maria, minha mãe, entrego no teu coração de mãe a minha sexualidade. Guarda-me. Protege-me. Faz-me fiel. Amém.

Para namorados e noivos é muito importante que resolvam juntos. Mas, mesmo se o outro não quiser ou não se sentir preparado comprometa-se você e seja fiel. Agüente firme. O que está em jogo é o seu casamento, sua família e sua vocação.

Você sozinho não vai agüentar, como eu sozinho não teria agüentado. Com 13 anos fiz meu voto de castidade nas mãos de Nossa Senhora. Este voto me guardou. Mesmo quando quis pecar, quando fui fraco e me deixei arrastar pela sexualidade, Deus não me deixou pecar! Sou muito grato a Ele! Nossa Senhora me guardou e me retirou das situações.

Resvalei, me machuquei aqui e ali, mas graças a Deus Ele não me deixou pecar: voto é voto. É uma aliança dos dois lados: você faz aliança com Deus e Ele com você. Quando Maria é a madrinha desse voto, mesmo se você for fraco e pecar, ela virá correndo em seu auxílio e vai tirar você da situação.

Graças a Deus, o meu ponto de partida foi um voto feito aos 13 anos. Que tal você fazer o mesmo e começar agora o primeiro dia do resto da sua vida?





                                                                                                   
                                                                                                                                         Foto  
                                                                                                                                    Padre Jonas Abib

Verdadeira História de Martinho Lutero

LUTERO, TESTEMUNHA DE CRISTO E DA FRAGILIDADE HUMANA
Lutero vivia uma autêntica religiosidade. Teve uma experiência pessoal de Deus, um autêntico sentido do pecado e da própria nulidade, a qual vencia por uma entrega total a Cristo e uma confiança cega nele e em sua redenção. Possuía um sentido trágico da miséria humana, um grande apego à oração e uma imensa confiança na graça. A tudo isso, unia um grande amor pelos pobres. Lutero tinha sido feito para inflamar as massas populares e convencer e agitar os ouvintes.
O dom de comando, nele, se unia a uma irradiação interior e grande sensibilidade pelos outros. Era dotado de caráter forte, unilateral, impulsivo e de forte subjetivismo. Autêntica e profunda era sua religiosidade, mas com tendência ao autoritarismo e violência. Mesmo reconhecendo nele toda a seriedade religiosa, faltou-lhe uma autêntica humildade, a capacidade de ouvir os outros e a Igreja. Lutero saiu da Igreja após séria luta e sem ter intenção de fazê-lo.
Tornou-se reformador na luta contra uma interpretação do catolicismo que de fato era cheia de deficiências. Deixou a Igreja para descobrir aquilo que é o centro da própria Igreja: o primado da graça. A Reforma foi provocada pelos católicos, pois Lutero era católico, monge sério e sincero, que nunca quis deixar de ser católico. Séculos de aversão a Roma, envolvida na política internacional, mergulhada no Humanismo, a decadência da própria vida católica alemã, fizeram com que boa parte da população alemã visse na pregação de Martinho Lutero o renascer do verdadeiro Cristianismo.
DADOS BIOGRÁFICOS DO REFORMADOR ALEMÃO
Martinho Lutero (Martin Luther) nasceu em 1483 em Eisleben, de pais camponeses. Vencendo as limitações econômicas da família, entre 1501-1505 estudou na Universidade de Erfurt. Em 18 de julho de 1505, após muitas dúvidas e reflexões, entrou no Convento dos Eremitas Agostinianos de Erfurt, onde foi ordenado padre em 1507. Lutero, em 1512, é superior do Convento Agostiniano de Wittenberg, doutor em teologia e em exegese bíblica, lecionando sobre as Cartas Paulinas aos Gálatas e aos Romanos.
Lutero, por uma formação religiosa deficiente, onde contava muito o peso e o medo da condenação eterna, sofria o pavor do inferno, era escrupuloso. Alcançou a paz interior entre 1512-1513, na famosa Experiência da Torre (Turmerlebnis): após muita oração, Deus lhe permitiu descobrir que a salvação é dada ao homem somente pela fé em Cristo, como puro dom, e não como recompensa pelas obras (Rm 1,17). Sentiu paz interior e nunca mais a perdeu, mesmo no ardor do combate reformador.
A PREGAÇÃO DAS INDULGÊNCIAS E O INÍCIO DA REFORMA
O príncipe Alberto de Brandenburgo, arcebispo de Magdeburgo e de Halberstadt, estava necessitando de grande soma financeira, pois, não satisfeito com as duas dioceses, queria uma terceira, a poderosa e rica Mogúncia (Mainz). Para adquirir o direito, o papa Leão X facultou-lhe a venda das Indulgências, pois também precisava de dinheiro para a construção da Basílica de São Pedro. A Indulgência, na doutrina da Igreja, é a remissão das penas devidas pelos pecados já perdoados e podem ser alcançadas pela oração dos fiéis.
No clima do final da Idade Média, essa doutrina tinha-se corrompido e neurotizado, a ponto de se achar possível “comprar” a salvação mediante pagamento. Dizia-se: “Mal o dinheiro tilinta no cofre, uma alma respinga do purgatório”. Um horror para as almas sensíveis, como a de Lutero! Em 1515, o dominicano Johann Tetzel iniciou a pregação das Indulgências em Juterborg, com grande sucesso nas massas católicas, ansiosas por adquirirem a sua salvação e a de seus queridos. Lutero tomou contato com esse negócio e resolveu solicitar uma discussão com os teólogos e doutores.
Assim, em 31 de outubro de 1517 enviou a bispos e teólogos suas 95 Teses sobre as Indulgências, redigidas em latim (não é certo que as tenha afixado na capela do Castelo de Wittenberg). As Teses logo se espalharam pelo país, criando um clima amplamente favorável à insurreição religiosa. Surge grande movimentação popular, mas o papa Leão X não se preocupou, pois não queria desagradar ao príncipe eleitor Frederico da Saxônia, amigo de Lutero. Em 1518, em vão, o cardeal Caetano tentou convencer Lutero em Augsburg.
Em 1519, há uma discussão entre o teólogo católico J. Eck e o amigo de Lutero, Karlstadt, em Leipzig. Os dois lados consideraram-se vencedores, pois os dois campos não tinham mais um ponto de partida comum. Houve teólogos, humanistas e artistas que desejavam permanecer na fé católica, mas viam no movimento luterano um modo de renovar a fé cristã e os costumes eclesiásticos.
ROMPE-SE A COMUNHÃO ENTRE
ROMA E PARTE DA IGREJA ALEMÃ
O ano de 1520 marcou o ponto culminante da impossibilidade de um retorno à unidade eclesial. Lutero, influenciado pelos amigos humanistas, assume uma linguagem sempre mais radical e se erige em herói da revolta nacional alemã contra Roma. A linguagem religiosa mistura-se com o nacionalismo alemão e a atração sobre as massas torna-se quase irresistível. São do período os três escritos programáticos da Reforma: “À nobreza cristã da nação alemã”, “O cativeiro babilônico” e “A liberdade cristã”, nas quais expõe o novo ideal de vida de um cristão: livre de todas as coisas terrenas, mas servo de todos na caridade.

Bíblia anotada
por Lutero
Não havendo acordo, em 15 de junho de 1520 sai a bula papal “Exsurge Domine”, condenando como heréticas 41 Teses luteranas, que Lutero queima em praça pública. Em 3 de janeiro de 1521, é proclamada a excomunhão e, em 25 de maio, por ordem do imperador Carlos V, frei Martinho Lutero foi banido do Império. Para fugir do processo inquisitorial, nos anos 1521-1522 se refugiou no castelo de Wartburg, com o falso nome de Junker Jörg, onde procurou examinar sua consciência e sua vida, ver se não tinha ido longe demais. Sentiu-se em paz para continuar.
Ali iniciou a tradução da Bíblia para o alemão, partindo do texto original e cotejado com a Vulgata e a tradução de Erasmo. Uma grande obra, terminada em 1534 e que uniu mais ainda o povo alemão nos ideais da Reforma. Em 1522, organizou a “Missa alemã” e o novo culto da comunidade, com imenso sucesso popular: o culto é na língua alemã e os hinos seguem o espírito musical alemão. Lutero era também poeta e compositor e ele próprio compôs alguns hinos.
UM PONTO SEM RETORNO
No seu “exílio” em Wartburg, Lutero lançou um livro contra os votos religiosos, que conquistou para a causa luterana um grande número de monges e monjas. A Igreja parecia estar a caminho da autodestruição: muitos padres começaram a casar-se, os monges e monjas, primeiramente os agostinianos de Wittenberg (que depois dissolveram a Ordem), abandonaram os conventos. Em 1525, Martinho Lutero casou-se com a exmonja Catarina Bora. A debandada nos conventos foi o sinal mais claro e doloroso da decadência de mosteiros e conventos, onde muitos se encontravam constrangidos.
A Missa privada foi suprimida, a comunhão ministrada sob as duas espécies, as imagens afastadas do culto. No meio tempo surgiu um movimento radical, o dos anabatistas: julgando nulo o batismo das crianças, rebatizavam os adultos. A situação se agravava a cada dia. Cidades inteiras aderiram à Reforma e alguns príncipes o fizeram por interesse, pois os bens de mosteiros e conventos passariam para as suas mãos. A convulsão social fez com que muitos intelectuais, príncipes e teólogos passassem a se opor a Lutero e, retornando à Igreja católica, lutar por sua reforma, mas permanecendo nela.
Os papas do período não parecem ter-se dado conta da gravidade da situação. Alguns viram a necessidade de uma reforma na “cabeça e nos membros”, da convocação de um Concílio Ecumênico, mas isso esbarrava no desejo de se conservarem todos os privilégios eclesiásticos. A Cúria romana queria uma reforma, mas sem nada perder.
Pe. José A. Besen